quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Ressurreição de Jesus - Aparições de Cristo - Parte 4



"E eis que, no mesmo dia, iam dois deles para uma aldeia que distava de Jerusalém sessenta estádios, cujo nome era Emaús. E iam falando entre si de tudo aquilo que havia sucedido. E aconteceu que, indo eles falando entre si e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se aproximou e ia com eles. Mas os olhos deles estavam como que fecha­dos, para que o não conhecessem.

E ele lhes disse: Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós e por que estais tristes?

E, respondendo um, cujo nome era Cleopas, disse-lhe: És tu só pere­grino em Jerusalém e não sabes as coisas que nela têm sucedido nestes dias?

E ele lhes perguntou: Quais?

E eles lhe disseram: As que dizem respeito a Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; e como os principais dos sacerdotes e os nossos prínci­pes o entregaram à condenação de morte e o crucificaram. E nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel; mas, agora, com tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram. É verdade que também algumas mulheres dentre nós nos maravilharam, as quais de madrugada foram ao sepulcro; e, não achando o seu corpo, voltaram, dizendo que também tinham visto uma visão de anjos, que dizem que ele vive. E alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro e acharam ser assim como as mulheres haviam dito, porém, não o viram.

E ele lhes disse: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que o§ profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras.

E chegaram à aldeia para onde iam, e ele fez como quem ia para mais longe. E eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque já é tarde, e já declinou o dia. E entrou para ficar com eles.

E aconteceu que, estando com eles à mesa, tomando o pão, o aben­çoou e partiu-o e lho deu. Abriram-se-lhes, então, os olhos, e o conhe­ceram, e ele desapareceu-lhes. E disseram um para o outro: Porventura, não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava e quando nos abria as Escrituras?

E, na mesma hora, levantando-se, voltaram para Jerusalém e acha­ram congregados os onze e os que estavam com eles, os quais diziam: Ressuscitou, verdadeiramente, o Senhor e já apareceu a Simão. E eles lhes contaram o que lhes acontecera no caminho, e como deles foi conhecido no partir do pão.

E, falando eles dessas coisas, o mesmo Jesus se apresentou no meio deles e disse-lhes: Paz seja convosco.

E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espí­rito. E ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que sobem tais pensamentos ao vosso coração? Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho.

E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. E, não o crendo eles ainda por causa da alegria e estando maravilhados, disse-lhes: Tendes aqui alguma coisa que comer? Então, eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado e um favo de mel, o que ele tomou e comeu diante deles.

E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda con­vosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos.

Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras. E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos; e, em seu nome, se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. E dessas coisas sois vós testemunhas. E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder."

— Lucas 24.13-49

Em Atos dos Apóstolos, escreve o dr. Lucas que Jesus deu aos discí­pulos "muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias e falando do que respeita ao Reino de Deus" (At 1.3). Pedro, em sua poderosa proclamação no Dia do Pentecostes comunicou confiantemente que muitas testemunhas oculares dignas de crédito podiam confirmar o fato das aparições físicas pós-ressurreição de Cristo: "Varões irmãos, seja-me lícito dizer-vos livremente acerca do patriarca Davi que ele morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura. Sendo, pois, ele profeta e sabendo que Deus lhe havia pro­metido com juramento que do fruto de seus lombos, segundo a carne, levantaria o Cristo, para o assentar sobre o seu trono, nesta previsão, disse da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi deixada no Hades, nem a sua carne viu a corrupção. Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas" (At 2.29-32).

Como o apóstolo Pedro, o apóstolo Paulo transpira confiança nas aparições de Cristo. Em sua primeira carta aos cristãos coríntios, ele fornece detalhes e descrições:

Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado, o qual também recebestes e no qual também permaneceis; pelo qual também sois salvos, se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado, se não é que crestes em vão.

Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e que foi visto por Cefas e depois pelos doze. Depois, foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também. Depois, foi visto por Tiago, depois, por todos os apóstolos e, por derradeiro de todos, me apareceu também a mim, como a um abortivo.

Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus, que está comigo. Então, ou seja eu ou sejam eles, assim pregamos, e assim haveis crido (1 Co 15.1-11).

O Mais Antigo Credo Cristão

Uma coisa pode ser declarada com certeza blindada: Os apóstolos meramente não propagaram os ensinos de Cristo; eles estavam absolutamente certos de que ele tinha lhes aparecido na carne. Embora esteja­mos hoje dois mil anos afastados do acontecimento em si, nós também podemos estar absolutamente confiantes nas aparições pós-ressurreição de Cristo. Uma das principais razões para esta confiança é que, na passagem citada acima (1 Co 15.3-7), Paulo está reiterando um credo cristão que pode ser rastreado até às fases formativas da primitiva igreja cristã.1 Inacreditavelmente, os estudiosos de todos os naipes concor­dam que este credo pode ser datado de três a oito anos da própria crucificação.2 Em seu produtivo trabalho intitulado The HistoricalJesus: AncientEvidencefor the Life ofChrist (O Jesus Histórico: Provas Antigas da Vida de Cristo), o Dr. Gary Habermas alista uma variedade de razões pelas quais os estudiosos chegaram a esta conclusão.

Paulo emprega terminologia judaica técnica usada para transmitir a tradição oral, quando utiliza palavras como entreguei e recebi. Os estu­diosos vêem este fato como evidência de que Paulo está recitando informação que ele recebeu de outra fonte. O eminente estudioso Joachim Jeremias, principal autoridade neste assunto, também destaca frases não-paulinas como por nossos pecados (1 Co 15.3), segundo as Escrituras (1 Co 15.3,4), ressuscitou (1 Co 15.4), terceiro dia (1 Co 15.4), foi visto (1 Co 15.5-7), os doze (1 Co 15.5) e apareceu (1 Co 15.8). "O credo está organizado em forma estilizada e paralela", o que reflete tradição oral. E o uso de Paulo da palavra aramaica Cefas para designar Pedro indica fonte semítica extremamente antiga.3

O erudito e filósofo de Oxford Dr. Terry Miethe concorda. Diz Miethe: "Muitos estudiosos do Novo Testamento destacam que uma das maneiras que sabemos [que 1 Co 15.3-7] é declaração de credo é que parece ter estado em forma aramaica mais primitiva e também está em forma de hino. Isto significa que era grego estilizado, palavras não-paulinas e assim por diante, o que indica que pré-datava Paulo e era extensamente usado, provavelmente até usado e recitado em experiências de adoração como forma de adoração ou cântico ou hino ou declaração de credo, e era, portanto, reconhecido universalmente".4

Quase não há como não exagerar nas descrições das enormes impli­cações da datação antiga deste credo. Jeremias afirma que é "'a mais antiga tradição de todas', e Ulrich Wilckens diz que 'indubitavelmente remonta à mais antiga fase de todas na história do cristianismo primiti­vo'".5 O historiador clássico A. N. Sherwin-White argumenta que seria historicamente sem precedentes que se tenha desenvolvido lenda com essa rapidez.6 Ele destaca que as fontes usadas para a história grega e romana são não apenas tendenciosas, mas estão a gerações ou até sécu­los longe dos acontecimentos que descrevem. No entanto, estas fontes são a base na qual os historiadores reconstroem confiantemente os fatos históricos relativos à história grega e romana.7

O Dr. William Lane Craig salienta que os escritos de Heródoto8 nos dão perspectiva sobre a taxa à qual a lenda se avoluma — os dados demonstram que até duas gerações é insuficiente para que os embelezamentos suplantem um conjunto específico de fatos históricos. O curto espaço de tempo entre a crucificação de Cristo e a composição deste credo cristão primitivo impede a possibilidade de corrupção lendária.9 As lendas vêm do folclore, e não de pessoas e lugares que estão demonstrativamente arraigadas na história. O estudioso do sé­culo XIX, Julius Muller, ressalta esta verdade na eloqüência do inglês pós-elisabetano:

Decididamente tem de haver um considerável intervalo de tempo para a transformação completa de uma história inteira pela tradição popular, quando a série de lendas é formada no mesmo território onde os heróis viveram e trabalharam de fato. Aqui não se pode imaginar como tal série de lendas poderia surgir em uma era histórica, obter respeito universal e suplantar a lembrança histórica do verda­deiro caráter e conexão da vida dos seus heróis na mente da comuni­dade, se as testemunhas oculares ainda estivessem por perto, as quais poderiam ser questionadas concernentes à verdade das maravilhas registradas. Por conseguinte, a ficção lendária, como não gosta do claro tempo atual, mas prefere a escuridão misteriosa da antigüidade cinzenta, está acostumada a buscar o distanciamento da idade, junto com o espaço, e a transferir suas criações mais corajosas e mais raras e maravilhosas a uma terra muito remota e desconhecida.10

Como citado por Craig, Müller "desafiou os estudiosos de meados do século XIX a mostrar em qualquer lugar da história onde dentro do espaço de trinta anos uma grande série de lendas se acumulara em torno de um indivíduo histórico e se tornara firmemente assentada na crença em geral. O desafio de Müller nunca foi atingido" }l É emocionalmente instigante perceber que o cristianismo pode confiantemente aludir a um credo que alguns dos maiores eruditos, teólogos, filósofos e historiadores situaram a apenas três a oito anos da crucificação de Cristo. O Dr. Gary Habermas elucida nitidamente que nunca "deveríamos arrui­nar a evidência persuasiva que o credo é antigo, que está livre de con­taminação lendária, que está desprovido de ambigüidade, que é específico e que está, no final das contas, arraigado em depoimentos de testemunhas oculares".12



Testemunhas Oculares

Pedro, Paulo e os demais apóstolos afirmaram que Cristo apareceu a centenas de pessoas que ainda estavam vivas e acessíveis para inter­rogatório cruzado.13 Por exemplo, Paulo assevera que Cristo "foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também" (1 Co 15.6). Teria sido uma coisa atribuir estas experiências sobrenaturais a pessoas que já tives­sem morrido. Era totalmente outra atribuí-las a multidões que ainda estavam vivas.

O afamado estudioso do Novo Testamento da Universidade de Cambridge, C. H. Dodd, salienta: "Não pode haver outro propósito em mencionar o fato de que a maioria das quinhentas pessoas ainda está viva, a menos que Paulo esteja dizendo, com efeito: 'As testemunhas estão aí para serem interrogadas'".14 Diz Craig: "Paulo nunca teria dito isto se o acontecimento nunca tivesse ocorrido; ele nunca teria desafiado as pessoas a perguntar as testemunhas se o acontecimento não tivesse ocorrido e não houvesse testemunhas. Mas evidentemente havia teste­munhas deste evento, e Paulo sabia que algumas haviam morrido entrementes. Portanto, o acontecimento deve ter ocorrido".15

Suponha que eu anuncie publicamente que joguei uma partida par­ticular de golfe com Arnold Palmer no Bay Hill Country Club, de Orlando. Durante a partida, dei a mais longa tacada que Palmer jamais vira, fiz um buraco de uma tacada só e bati o recorde de maior trajetória. En­quanto Palmer estiver vivendo, minha credibilidade pode ser facilmente levantada em questão. Do mesmo modo, as afirmações de Paulo relati­vas às testemunhas oeulares que viram o Cristo ressuscitado poderiam ter sido facilmente refutadas se na realidade não fossem verdadeiras.

Nada pode ser responsável pela total transformação de Paulo na estrada de Damasco, que não a aparição de Cristo. Enquanto ele ainda estava "respirando [...] ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor", Cristo lhe apareceu. "Subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?" (At 9.1,3,4). Naquele momento, Paulo foi transformado de perseguidor de cristãos a ganhador de adeptos para Cristo. Outrora ele ficara observando aprobatoriamente quando Estêvão era brutalmente assassinado; agora ele estava disposto a ser assassinado pelo mesmo testemunho cristão. Só a aparição de Cristo pode respon­der por isso.

Inacreditavelmente, Paulo abandonou sua posição de estimado líder judeu, rabino e fariseu, que estudara sob a orientação do afamado professor Gamaliel. Ele desistiu da missão de aniquilar todo vestígio do que ele considerava a heresia insidiosa do cristianismo. Em suas palavras: "[Eu] sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a assolava" (Gl 1.13). Mas depois que o Cristo ressuscitado lhe apareceu, ele se tornou tão comprometido com o evangelho como fora com Gamaliel. Em sua Segunda Carta aos cristãos coríntios, ele esboça como ele comerciou em sua posição de fariseu pela pobreza, prisão e perseguição. Diz Paulo:

São ministros de Cristo? (Falo como fora de mim.) Eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um; três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em peri­gos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias, muitas vezes, em fome e sede, em jejum, muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas (2 Co 11.23-28).

Sem dúvida, Paulo era o homem mais radicalmente convertido da história. No fim, ele pagou o preço último pela fé — o martírio. A inscrição lapidar sob o altar-mor na Basílica de São Paulo, em Roma, traz estas simples palavras: "A Paulo, Apóstolo e Mártir".16 Somente a aparição física do Cristo ressuscitado é explicação suficiente para tal transformação radical.

Deve-se observar que as aparições de Cristo a Paulo e aos quinhen­tos não são incidências isoladas. Como comentado por Craig, Paulo fornece uma lista das aparições de Cristo em 1 Coríntios 15.17 Entre elas está a aparição a Pedro — a qual é atestada pelo próprio Pedro (vide 2 Pe 1.16). O Dr. Lucas acrescenta confirmação a esta aparição: "Ressus­citou, verdadeiramente o Senhor, e já apareceu a Simão" (Lc 24.34). Talvez a aparição mais bem atestada de todas seja a aparição de Cristo aos doze. Atestações independentes desta aparição são dadas por Lucas e João que relatam Cristo comendo com os doze e mostrando-lhes suas feridas (vide Lc 24.36-42; Jo 20.19,20). Assim, Jesus não só demonstrou "que ele era o mesmo Jesus que fora crucificado", mas forneceu prova da " corporalidade e continuidade do corpo da ressurreição".18

Não há que duvidar que a aparição mais surpreendente alistada por Paulo é a aparição de Cristo a seu meio-irmão, Tiago. Antes desta aparição, Tiago tinha vergonha de Jesus. Posteriormente, Tiago estava djsposto a morrer por Jesus. Como relata o historiador judeu Josefo: "Tiago foi apedrejado ilegalmente pelo Sinédrio algum tempo depois de 60 d.C. por sua fé em Cristo".19 Inevitavelmente, temos de nos perguntar: O que levaria uma pessoa a morrer de boa vontade pela crença de que um dos membros de sua família é Deus? No caso de Tiago, a única explicação razoável é que Jesus lhe apareceu vivo dentre os mortos.20 Diz Craig: "Até o crítico cético do Novo Testamento, Hans Grass, admite que a conversão de Tiago é uma das provas mais seguras da ressurreição de Jesus Cristo".21

Medidas Extremas

Visto que a razão e a retórica não podem prescindir da ressurreição, medidas extremas são a ordem do dia. Incapazes de explicar as muitas aparições físicas de Cristo, os críticos são obrigados a explicá-las como aparições de Cristo meramente psicológicas. Assim, argumenta-se que os devotos de Cristo tiveram sob alucinação, hipnose ou sugestionabilidade.

Hipótese de Alucinação

A hipótese de alucinação seguramente tem de se classificar como uma das medidas mais extremas para explicar as aparições pós-ressur­reição de Cristo. De acordo com esta hipótese, os discípulos simples­mente viram as coisas que queriam ver em conseqüência de excentrici­dades que variam do uso de drogas a meras expectativas. Os argumentos dos críticos da ressurreição são bastante diretos: Se os devotos do cristianismo ao longo da história tiveram alucinações, há razão para pensar que os discípulos de Cristo também tiveram alucinações.

Eis como o filósofo e ateu Dr. Michael Martin conta a história. Diz Martin: "Sabemos pela história de feitiçaria que as pessoas que se julga­vam estar enfeitiçadas tinham alucinações, que faziam com que as pes­soas ao redor também tivessem alucinações. Por exemplo, Cotton Mather narra a história de Mercy Short, uma criada bostoniana de dezessete anos, em 1692, que foi amaldiçoada por Sarah Good, 'uma bruxa'. Pen­sando estar enfeitiçada, Mercy começou a exibir vários sintomas, inclu­sive alucinações de grupos de espectros".22 Martin também menciona outra ocasião durante a qual Mercy teve uma alucinação. Desta vez ela viu fogo espectral. "Mather relatou que 'não vimos as chamas, mas ime­diatamente o ambiente cheirou a enxofre'." Assim, de acordo com Martin:

Parece claro que no contexto da Nova Inglaterra do século XVII, onde bruxas e demônios eram dados por certo, que a alucinação de uma pessoa ativasse, de alguma maneira, alucinações visuais, audí­veis, táteis e olfativas nos que estivessem por perto. Seguramente, não está além do âmbito da possibilidade psicológica, como [Gary] Habermas presume que está, que na Palestina do século I, entre pes­soas simples que acreditavam na divindade de Jesus, a alucinação de um discípulo de Jesus ativasse alucinações correspondentes nos outros. O contexto, formação e estado psicológico dos discípulos não eram menos congeniais a este tipo de alucinação coletiva do que os das pessoas em Salém ou em Boston há cerca de trezentos anos.23

Os que, como Martin, usam a hipótese de alucinação como possível explicação para as aparições pós-ressurreição de Cristo têm a mesma probabilidade de indicar exemplos atuais de credulidade cristã — como a alucinação que aconteceu numa conferência de Rick Joyner, durante a qual os participantes cantaram uma canção "por mais de três horas".24 Em conseqüência disso, Joyner disse: "O abismo entre o céu e a terra fora, de alguma maneira, transpassado".25 Ele também informou que quando a canção terminou, alguns dos músicos estavam deitados no chão: "Olhei Christine Potter e Susy Wills, que estavam dançando perto do centro do palco, e nunca vi semelhante olhar de terror na face de alguém. Uma queimação intensa, como fogo nuclear que queima de dentro para fora, parecia estar no palco. Christine começou a puxar às roupas como se ela estivesse em chamas, e Susy se meteu rapidamente atrás dos tambores. Então uma nuvem apareceu no centro do palco, visível a todos, e um cheiro doce de flores encheu o ambiente".26

Enquanto os críticos do cristianismo, como Michael Martin, podem indicar exemplos como os citados acima, seus esforços em explicar as aparições pós-ressurreição de Cristo como alucinações não se mantêm diante dos fatos frios e sólidos. Primeiro, em nítida distinção da conten­ção de Michael Martin de que as alucinações são comuns e contagiosas, na realidade elas são subjetivas e escassas. Contudo, Cristo apareceu a muitas pessoas durante um longo período de tempo. Como observado pelo psicólogo Dr. Gary Collins: "Alucinações são ocorrências individuais. Por sua própria natureza só uma pessoa pode ver uma determinada alucinação de cada vez. Não são certamente algo que possa ser visto por um grupo das pessoas. Nem é possível que uma pessoa induza, de alguma maneira, uma alucinação em alguém. Considerando que a alucinação existe somente neste sentido subjetivo e pessoal, é óbvio que outros não podem testemunhá-la".27

O Dr. Collins também afirma que para alguém provar que os discípulos estavam tendo alucinações quando eles experimentaram o Cristo ressus­citado, "eles teriam de fazer muito contra os atuais dados psiquiátricos e psicológicos sobre a natureza das alucinações".28 Assim, o fato indisputável de que Cristo apareceu a multidões em ocasiões múltiplas apresenta grande enigma para os teoristas da alucinação.

As alucinações são tipicamente relegadas a pessoas com certas desordens de personalidade, estimuladas por expectativas e não param abruptamente. Porém, Cristo apareceu a todos os tipos de personalidade sem expectativas, e depois as aparições pararam abruptamente. Como destaca o Dr. Habermas:

As alucinações não podem explicar as aparições. [...] Os discípulos estavam medrosos, duvidosos e em desespero depois da crucificação, ao passo que as pessoas que têm alucinações precisam de uma mente fértil de expectação ou antecipação. Pedro era teimoso; Tiago era cético — certamente não eram bons candidatos a alucinações. As alucinações são comparativamente raras. Normalmente são causadas por drogas ou privação física. Há chances de você não conhecer ninguém que nunca tenha tido uma alucinação não causada por uma dessas duas coisas. Não obstante, julga-se que acreditemos que no decurso de muitas semanas, pessoas de todas as espécies de formação, de todos os tipos de temperamentos, em vários lugares, tiveram alucinações? É forçar demais a hipótese, não? Se estabelecemos as narrativas dos evangelhos como fidedignas, como você explica que os discípulos comeram com Jesus e o tocaram? Como Ele anda junto com dois deles na estrada de Emaús? E quanto ao sepulcro vazio? Se as pessoas apenas pensaram que viram Jesus, seu corpo ainda estaria na sepultura.29

Uma observação final deve ser feita: As alucinações em si não teriam levado a uma crença na ressurreição por parte dos discípulos. Craig explica que alucinações, "como projeções da mente, não po­dem conter nada novo. Portanto, dadas as convicções judaicas preva-lecentes sobre a vida depois da morte, os discípulos teriam projetado alucinações de Jesus no céu ou no seio de Abraão, onde acreditava-se que a alma dos mortos justos ficavam até a ressurreição. E tais visões não teriam causado a crença na ressurreição de Jesus".30 A conclusão inevitável, diz Craig, é que alucinações poderiam ter levado os discípulos a crer que Jesus fora transladado, mas não que ele fora ressuscitado dos mortos:

A translação é a assunção física de alguém deste mundo para o céu. A ressurreição é o levantamento de um homem morto no universo tempo-espaço. Assim, dadas as crenças judaicas relativas à translação e ressurreição, os discípulos não teriam pregado que Ele surgira dos mortos. Quando muito, o sepulcro vazio e as alucinações de Jesus somente os teriam levado a crer na translação de Jesus, pois isto se ajusta com a estrutura judaica de pensamento. Mas eles não teriam proposto a idéia que Jesus fora ressuscitado dos mortos, pois isto contradiria a crença judaica.31

Hipótese de Hipnose

Outra medida extrema empregada pelos críticos da ressurreição é a hipótese de hipnose.32 Esta é a noção de que os discípulos estavam em algum tipo de estado alterado de consciência em resultado de privação de sono ou desespero sufocante pela perda do Mestre. O Dr. Charles Tart — que recebe o crédito de haver cunhado a expressão estados alterados de consciência — explicou que durante hipnose profunda uma pessoa transita a um novo estado de consciência, que a leva a perder o contato com a realidade.33 Como foi bem documentado por estudos do mundo do oculto, os efeitos perigosos da hipnose podem envolver depressão, separação, despersonalização, desilusão e muitas desordens igualmente sérias.34

Como salientado pelo investigador de hipnose, Robert W. Marks, "as pessoas em multidões são mais facilmente influenciadas que as pessoas tomadas isoladamente. Este fato é aproveitado por hipnotizadores de palco como também por evangelistas, oradores políticos e ditadores".35 Diz Marks: "O efeito da sugestão em multidões parece virtualmente não ter limites. Pode fazer parecer que o preto é branco. Pode obscurecer realidades, cultuar absurdos e impelir os homens a impiedosamente partir o crânio de seus irmãos".36 Marks também comenta que assim que uma sugestão epidêmica contamina um movimento, os seres humanos podem se comportar como animais ou idiotas e se orgulhar disso.37 Ninguém "está imune à força da sugestão em massa. Assim que uma epidemia de histeria esteja em plena força, atinge os intelectuais como também os tolos, os ricos e os pobres semelhantemente. Sua fonte é subconsciente e biológico, não racional".38 Sob a influência da hipnose em massa, os devotos de um movimento podem ficar extremamente suscetíveis a sugestões espontâneas. O investigador Charles Baudouin escreve: "Uma condição de relaxamento mental é imposta nos partici­pantes. Em seguida, um estado emocional invariavelmente é desperta do por aproximação ao misterioso. Em terceiro lugar, existe uma expec­tativa de que coisas notáveis acontecerão".39

Um caso clássico em questão pode ser encontrado na história de um menino do Bronx chamado Joseph Vitolo.40 No seu livro The Story of Hypnosis (A História da Hipnose), Marks conta que em 1945, Joseph, de nove anos de idade, estava ajoelhando sobre uma pedra em terreno vazio, quando teve uma visão da virgem Maria. Maria prometeu a José que ela apareceria em noites sucessivas e que na noite de sua última aparição, uma fonte milagrosa brotaria do chão.

Seguindo o anúncio, multidões viajaram à cena da alegada visão. Em certa noite, vinte e cinco mil pessoas surgiram em cena com flores, velas e estátuas de santos. Admitiu-se automaticamente que Joseph tinha uma unção especial. Assim, dezenas de deficientes físicos foram trazidas a Joseph para que ele lhes impusesse as mãos.

Ainda que Joseph não tivesse podido realizar nada fora do comum, as expectativas da multidão eram tais que as pessoas começaram a criar seus próprios "milagres". Em uma das noites, uma chuva suave começou a cair, e uma mulher gritou: "Está chovendo, mas Joseph não fica molhado". Apesar do fato de que repórteres que estavam perto de Joseph observa­ram que ele estava tão encharcado quanto qualquer um, as expectativas do milagroso criou a ilusão. Outra mulher afirmou ter visto uma aparição em branco se materializar atrás de Joseph. Na realidade, a aparição não era nada mais que outra mulher que usava capa de chuva branca.

Marks ressalta que as expectativas da multidão eram tais que "se a imaginação e o contágio histérico tivessem sido deixados soltos para fazer seu trabalho alucinatório, a multidão teria criado seu próprio mila­gre. E é altamente provável que Joseph pudesse ter produzido alguma 'cura' real e Visão' real, se os efeitos hipnóticos da situação pudessem ter progredido suficientemente longe".41 As expectativas da multidão foram realçadas a tal extremo que, como diz Marks, as pessoas "já não eram capazes de resistir à própria sugestão hipnótica do que o cão de Pavlov era capaz de resistir ao estímulo de salivar".42

Os céticos da ressurreição sugerem que isto pode muito bem ter acon­tecido aos seguidores de Cristo. Em estado hipnótico altamente sugestionável, os discípulos viram o que quiseram ver — a aparição de Jesus em carne! Porém, esta noção é completamente adhoc — em outras palavras, não há fragmento de evidência que a substancie. Ainda que seja verdade que líderes espirituais, oradores políticos e ditadores tirem proveito da dinâmica da multidão para enganar as massas, não há justificação para sugerir que foi o que aconteceu com os discípulos. A hipótese hipnótica foi dogmaticamente afirmada por anti-supranaturalistas, mas ninguém jamais apresentou um argumento defensável que a substancie. Como demons­trado conclusivamente, os discípulos não apenas proliferaram os ensinos de Cristo; eles também estavam absolutamente certos de que Ele ressus­citara dos mortos.

Não há fundamento para acreditar que os discípulos estavam na prática de se porem em estados alterados de consciência. Mesmo uma leitura superficial dos escritos dos apóstolos demonstra que eles tinham alta consideração pela mente. Longe de buscar entorpecer o processo do pensamento crítico, eles exortavam uns aos outros a estarem alertas e terem mente sóbria (vide 1 Ts 5.6; 1 Pe 5.8). Se há dúvida de que os discípulos eram dedicados à argumentação, uma leitura do livro de Romanos apagará essa dúvida para sempre.

Gurus hindus como Baghwan Shree Rajneesh acreditavam que a "meta é criar um homem novo, um que seja alegremente estúpido".43 Assim, ele incumbiu seus devotos em práticas designadas a dominar as faculdades do pensamento crítico e esvaziar-lhes a mente do pensamento coerente. Em nítida distinção, a tradição judaico-cristã tem alta consideração pela mente. No Antigo Testamento, os israelitas foram ensinados a praticar bom julgamento mediante indagação, sondagem e completa investigação do ensino e prática (vide Dt 13). No Novo Testamento, o apóstolo Paulo ordena os tessalonicenses a examinar tudo (1 Ts 5.21) e elogia os bereanos por usar a mente para analisar seus ensinos levando em conta uma estru­tura objetiva de referência — as Escrituras (vide At 17.11). O próprio Mestre ordenou os discípulos a julgarem com justiça (vide Jo 7.24) e a amarem a Deus de todo coração, alma e mente (vide Mt 22.37; NTLH). Assim, o hipnotismo, é completamente alienígena ao Reino de Cristo.

Como salientado pelo teólogo e historiador Carl Braaten: "Até os histo­riadores mais céticos concordam que, para o cristianismo primitivo, [...] a ressurreição de Jesus foi um acontecimento real na história, a própria fun­dação da fé e não uma idéia mítica que surge da imaginação criativa dos crentes".44 É fato histórico estabelecido que Jesus foi fatalmente atormenta­do, que Ele foi enterrado, que seu sepulcro ficou realmente vazio três dias depois e que ,as aparições pós-ressurreição de Cristo foram uma realidade material tão certa que os discípulos estavam dispostos a morrer por isso.

Hipótese da Sugestionabilidade


Uma última medida extrema deve ser considerada antes de passarmos adiante, qual seja, a hipótese da sugestionabilidade. Esta é a idéia básica que diz que os discípulos estavam por natureza altamente sugestionáveis e, assim, suscetíveis a criar do nada as aparições pós-ressurreição de Cristo e depois crer nelas. Aventa-se que sob a influência de um guru oriental como Jesus, os devotos estão aptos a pôr de lado a capacidade de pensar racionalmente ou exercitar a vontade. Assim, eles se tornam sugestionáveis, "o que significa que é provável que eles aceitem qualquer 'verdade' espiritual que lhes venha à mente. Até mais notavelmente, eles parecem estar preparados para experiências místicas e podem atribuir grande significação espiritual a virtualmente qualquer acontecimento ou pensamento, pouco importando quão mundano ou estranho seja".45

Tal propensão à fantasia por parte dos discípulos é tipicamente cha­mado "Síndrome do Grau Cinco".46 Ainda que indivíduos com persona­lidades de grau cinco possam ser bem intuitivos e inteligentes, eles também têm imaginações vividas e visuais. Assim, são altamente susce­tíveis ao poder da sugestão. Para começar, são muito crédulos. Segundo, desejam agradar (particularmente uma figura de autoridade, como Jesus). Terceiro, têm a capacidade de aceitar experiências contraditórias. Quarto, têm a denotada tendência à associação com acontecimentos novos ou incomuns. Quinto, são hábeis em relacionar tudo com a pró­pria percepção de si mesmo.47

Este complexo de características torna os indivíduos de personalidades de grau cinco particularmente suscetíveis a fantasias espirituais, "expe­riências psíquicas e extracorpóreas, e a dificuldade ocasional de dife­renciar eventos e pessoas fantasiados dos não-fantasiados".48 Se um entre doze americanos é suscetível a tal propensão,49 é racional, então talvez não seja irracional acreditar que uns meros doze discípulos também pudessem entrar nesta categoria.

Respondendo à noção de que os discípulos estavam meramente sugestionáveis e que, desse modo, aceitaram sem questionar as apari­ções pós-ressurreição de Cristo, o Dr. Lucas vem imediatamente à mente. Diz Lucas: "Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram, segundo nos transmitiram aos mesmos que os presenciaram desde o princípio e foram ministros da palavra, pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelentíssimo Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minu­ciosamente de tudo desde o princípio, para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado" (Lc 1.1-4).

Uma leitura superficial do evangelho de Lucas ou de seu Atos dos Apóstolos é suficiente para demonstrar que ele era tudo menos "grau cin­co". Longe da sugestionabilidade, o dr. Lucas estava comprometido com a história. Ele se informou minuciosamente de tudo que cercava as apari­ções pós-ressurreição de Cristo. Em certo debate com o ateu e filósofo Dr. Antony Flew, o Dr. Habermas desacreditou a contenção de que os discípu­los eram pouco mais que visionários sugestionáveis. Atravessando a retó­rica de Flew com razão rigorosa, Habermas demonstrou por que uma preponderância de "historiadores críticos, filósofos, teólogos e eruditos da Bíblia" aceitam universalmente o seguinte conjunto nuclear de fatos:

As evidências fundamentais da ressurreição de Jesus são: 1) as expe­riências das testemunhas oculares dos discípulos, as quais eles criam ser aparições literais do Jesus ressurreto; estas experiências não são explicadas por teorias naturalistas e fatos adicionais corroboram estes testemunhos das testemunhas oculares. Outras evidências positivas são: 2) a proclamação inicial da ressurreição por estas testemunhas oculares, 3) sua transformação em testemunhas ousadas que estavam dispostas a morrer pelo que criam, 4) o sepulcro vazio e 5) o fato de que a ressurreição de Jesus era o centro da mensagem apostólica, todos os quais exigem explicações adequadas. Descobriu-se também que os discípulos proclamaram esta mensagem na própria Jerusalém, onde é relatada em repetidas confrontações com as autoridades, 6) os líderes judeus não puderam contestar a mensagem, embora tivessem o poder e a motivação para fazê-lo.

Além disso, 7) a própria existência da igreja, fundada por judeus monoteístas e obedientes à lei, que, no entanto, 8) cultuavam no domingo também exige causas históricas.

Dois fatos adicionalmente fortes que defendem a historicidade da ressurreição são que dois céticos, 9) Tiago e 10) Paulo, se tornaram cristãos depois de terem experiências que eles também acreditaram serem aparições do Jesus ressurreto.50

Ninguém resumiu melhor o consenso da erudição liberal e conserva­dora do que o Professor Norman Perrin, o finado estudioso do Novo Testamento na Universidade de Chicago: "Quanto mais estudamos a tradição com respeito às aparições, mais firme a pedra fica na qual elas estão baseadas".51

Neste ponto, já não deve haver dúvida de que Cristo sofreu tormento fatal, que o sepulcro vazio é uma realidade efetiva e que as aparições pós-ressurreição de Cristo não podem ser explicadas por lendas ou medidas extremas. Assim, passemos agora para o próximo capítulo cha­mado Transformação. Ali, destacaremos o fato de que, longe de ser fantasia propensa, os discípulos foram os destemidos ganhadores de adeptos que transformaram o mundo, porque eles tinham encontrado o Cristo vivo e ressuscitado.




Notas


1. Wilkins e Moreland, Jesus Under Fire, p. 147.

2. Habermas, The Historical Jesus, p. 154; cf. Wilkins e Moreland, Jesus Under Fire, pp. 42, 43, 147.

3. Habermas, The Historical Jesus, pp. 153, 154.

4. Gary R. Habermas e Antony G. N. Flew, Did Jesus Rise from the Dead? (São Francisco: Harper & Row, 1987), p. 86.

5. Strobel, The Case for Christ, p. 230. Vide Joachim Jeremias, "Easter: The Earliest Tradition and the Earliest Interpretation", New Testament Theology: The Proclamation of Jesus, traduzido para o inglês por John Bowden (Nova York: Scribner's, 1971), p. 306; Ulrich Wilckens, Resurrection (Atlanta: John Knox Press, 1978), p. 2.

6. Craig, Reasonable Faith, p. 285; vide A. N. Sherwin-White, Roman Society and Roman Law in the New Testament (Oxford: Clarendon, 1963), pp. 188-191.

7. Adaptado de Craig, Reasonable Faith, p. 285.

8. Heródoto (c. 484-424 a.C.) foi importante historiador grego.
9- Craig, Reasonable Faith, p. 285.

10. Julius Müller, The Theory ofMyths, em Its Application to the GospelHistory Examined

and Confuted (Londres: John Chapman, 1844), p. 26; conforme citado em Craig, Reasonable Faith, p. 285.

11. Craig, Reasonable Faith, 285 (grifos meus).

12. Strobel, The Case for Christ, p. 233.

13. Vide 1 Coríntios 15.6. Paulo recebeu este credo da comunidade de crentes (1 Coríntios 15.3), talvez de Pedro e Tiago em Jerusalém (vide Gaiatas 1.18,19), se não mais cedo (vide Habermas, The Historical Jesus, p. 155).

14. C. H. Dodd, "The Appearances of the Risen Christ: A Study in the Form Criticism of the Gospels", em More New Testament Studies (Manchester: University of Manchester, 1968), p. 128; conforme citado em Craig, Reasonable Faith, p. 282.

15. Craig, Reasonable Faith, p. 282.

16. Youngblood, Nelson's New Illustrated Bible Dictionary, p. 955.

17. Argumentação adaptada de Craig, Reasonable Faith, pp. 281-283.

18. Ibid., pp. 281, 282 (grifos no original).

19. Ibid., p. 283. Vide Josefo, Antigüidades Judaicas, 20:200.

20. Adaptado de Craig, Reasonable Faith, p. 283-

21. Ibid. Vide Hans Grass, Ostergeschehen und Osterberichte, 4.a edição (Gottingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 1974), p. 80.

22. Michael Martin, The Case Against Christianity (Filadélfia: Temple University Press, 1991), p. 94.

23. Ibid., pp. 94, 95.

24. Rick Joyner, "The Heart of David: Worship and Warfare", Conference Report (Abril de 1996), fita de áudio.

25. Ibid.

26. Ibid.

27. Habermas e Flew, DidJesus Risefrom the Dead, p. 50. (Habermas cita correspon­dência pessoal do Dr. Collins, 21 de fevereiro de 1977.)

28. Ibid., p. 51. Habermas também cita J. R Brady, "The Veridicality of Hypnotic, Visual Hallucinations", em Wolfram Keup, Origin and Mechanisms of Hallucinations (Nova York: Plenum Press, 1970), p. 181; Weston La Barre, "Anthropological Perspectives on Hallucination and Hallucinogens", em Hallucinations: Behavior, Experience and Theory, editores R. K. Siegel e L. J. West (Nova York: John Wiley & Sons, 1975), pp. 9, 10.

29. Strobel, The Case for Cbrist, p. 239.

30. Craig, Reasonable Faith, p. 292.

31. Ibid., pp. 292, 293- No pensamento judaico, a ressurreição era geral, ocorreria depois do fim do mundo e não havia a concepção de uma ressurreição isolada para o Messias (ibid., pp. 290, 291).

32. Por exemplo, o ateu Morton Smith escreveu um livro procurando mostrar que Jesus empregou hipnose e outras táticas de manipulação sociopsicológicas para enganar seus adeptos (vide Morton Smith, Jesus the Magician [São Francisco: Harper & Row, 1978]).

33. Charles T. Tart, "Transpersonal Potentialities of Deep Hypnosis", Journal of Transpersonal Psycbology, n.° 1 (1970): p. 37.

34. Vide Hank Hanegraaff, Counterfeit Revival: Lookingfor God in ali the Wrong
Places
(Dallas: Word Publishing, 1997), Parte 5.
Argumentação adaptada de
Hanegraaff, Counterfeit Revival, pp. 221, 239.

35. RobertW. Marks, The Story ofHypnotism (Grand Rapids: Prentice-Hall, 1947), p. 190.

36. Ibid., p. 191.

37. Ibid., p. 193.

38. Ibid., p. 195.

39. Charles Baudouin, Suggestion andAutosuggestion (Londres: George Alien & Unwin, 1954), p. 82.

40. Argumentação adaptada de Hanegraaff, Counterfeit Revival, pp. 235, 236.

41. Marks, Story ofHypnotism, p. 150.

42. Ibid.

43. Baghwan Shree Rajneesh, Fearls the Master, Jeremiah Films, 1986, vídeo.

44. Carl Braaten, History and Hermeneutics, vol. 2, de New Directions in Theology Today, editor William Hordern (Filadélfia: Westminster Press, 1966), p. 78; confor­me citado em Habermas e Flew, Did Jesus Risefrom the Dead?, p. 24.

45. Elizabeth L. Hillstrom, Testing the Spirits (Downers Grove, Illinois: InterVarsity Press, 1995), p. 79- Noção grandemente prevalecente em nossa cultura é que os cristãos são, por natureza, sugestionáveis. Os críticos propõem o argumento de que se os cristãos do século XXI se deixam enganar pela venda do medo, jorna­lismo malfeito, sofisma e sensacionalismo que cerca, por exemplo, o suposto "Bug do Milênio", então provavelmente foi como os seguidores de Cristo do século I também foram sugestionáveis.

46. As gradações na gama de hipnotização vão de zero (quase não hipnotizável) a cinco (extremamente hipnotizável). Vide Jon Trott, "The Grade Five Syndrome", Cornerstone, vol. 20, n.° 96. Argumentação adaptada de Hanegraaff, Counterfeit Revival, pp. 237, 238.

47. Esta informação foi resumida de muitas fontes, incluindo o Dr. George Ganaway, "Historical Versus Narrative Truth", Journal of Dissociation II, n.° 4 (Dezembro de 1989): pp.- 205-220; e Steven Jay Lynn e Judith W Rhue, "Fantasy Proneness", American Psychologist (Janeiro de 1988): pp. 35-44.

48. Judith W. Rhue e Steven Jay Lynn, "Fantasy Proneness, Hypnotizability, and Multiple Personality", em Human Suggestibility, editor John F. Schumaker (Nova York: Routledge, 199D, p. 201.

49. Trott, "The Grade Five Syndrome", p. 16. Trott escreve: "Um entre doze america­nos é suscetível a criar uma memória do nada, e depois crer nisso".

50:TIabermas e Flew, Did Jesus Rise from the Dead?, p. 22.

51. Norman Perrin, The Resurrection according toMatthew, Mark, andLuke (Filadélfia:

Fortress, 1977), p. 80, conforme citado em Paul Copan, Will the Real Jesus Please

Stand UpF, p. 28 (grifos meus).



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