sábado, 16 de junho de 2012

O Evangelho - Missa Tridentina


"Enquanto os diferentes cantos são entoados, o diácono toma o livro dos Evangelhos e o põe sobre o altar, porque o altar representa Nosso Senhor, marcando assim a identidade que existe entre o Verbo de Deus, que se escuta no Evangelho e Nosso Senhor. O padre não incensa o livro, mas benze o incenso, atitude que o diácono não pode realizar.

Estando bento o incenso, o diácono, de joelhos no degrau mais alto do altar, diz a oração Munda cor meum, na qual pede a Deus que se u coração e seus lábios sejam purificados, para que possa anunciar dignamente o Santo Evangelho. Nesta oração, faz alusão à brasa ardente com a qual um serafim toca os lábios do profeta Isaías, para purificar e o tornar digno de anunciar as coisas que lhe eram inspiradas pelo Espírito Santo. Esta oração é dita igualmente pelo padre na missa privada.

Depois da oração, o diácono toma o livro no altar e, ajoelhando-se diante do padre, pede a bênção porque vai ler: Jube, domne, benedicere, como se dissesse: queira me abençoar. Na missa privada, o padre pede a bênção a Deus dizendo: Jube, Domine, benedicere, respondendo ele mesmo pelas palavras da bênção, com as mudanças necessárias para aplicá-las a si mesmo. Depois de receber a benção, o diácono beija a mão do padre que deve estar sobre o livro dos Evangelhos, parecendo assim que o está dando ao diácono, encarregando-o de ler em seu nome.

Dirige-se o diácono para o púlpito do Evangelho e começa por esta grande palavra: Dominus Vobiscum. É a única vez que é permitido o diácono saudar o povo com estas palavras. Parece que ele quer prepará-lo, como quem diz: ouça o Verbo de Deus, a Palavra eterna que é para todos uma grande graça; que o Senhor esteja convosco, que Ele vos esclareça e vos alimente por Sua palavra. E o povo responde a este chamado: Et cum ispiritu tuo.

O diácono então anuncia ao povo o que vai ler, por estas palavras: Initium ou Sequentia sancti Evangelii, fazendo o sinal da cruz sobre o livro, no lugar onde começa a passagem do Evangelho. Depois se persigna sobre a testa, sobre a boca e sobre o peito, pedindo pela cruz, princípio de todas as graças, que tenha sempre o Evangelho no coração e sobre os lábios, e que seu rosto nunca se enrubesça. Com o turíbulo, incensa o livro por três vezes enquanto o povo responde ao anúncio da boa nova, rendendo glória ao Senhor Jesus Cristo cuja palavra vai ser ouvida: Gloria tibi, Domine.

Enfim, é hora de cantar o Santo Evangelho. Para isso, o diácono junta as mãos e não as apoia no livro, não se permite tal familiaridade em relação ao que encerra a expressão da Palavra Eterna.

Terminada a leitura, o subdiácono toma o livro aberto e o leva ao celebrante que diz, beijando o começo do evangelho: Per evangélica dicta, deleantur nostra delicta - pelas palavras do Evangelho, sejam apagados nossos pecados. Encontramos nesta fórmula, que se emprega algumas vezes como bênçãos, em Matinas, uma rima que denota sua origem medieval. Enquanto isso, o diácono volta-se para o padre, em nome do qual cantou o Evangelho e, tomando o turíbulo, incensa-o três vezes. Nesse momento, só o padre recebe essa homenagem.

Quando o padre reza a missa sem ser assistido por seus ministros, deve virar o livro ao evangelho, de modo que fique voltado um pouco para o lado do norte; o diácono também fica voltado para esse ponto quando canta, porque, segundo a palavra do profeta Jeremias: Ab aquilone pandetur malum super omnes habitatores terrae - do aquilão o mal se espalhará sobre todos os habitantes da terra. Pela mesma razão, no batismo dos adultos, os catecúmenos ficam voltados para o norte, quando renunciam a Satanás.

Antigamente havia, nas grandes igrejas, dois púlpitos ou espécies de cátedras elevadas, um para a Epístola e outro para o Evangelho. Hoje não os vemos mais, a não ser na igreja de São Clemente, em Roma, e em São Lourenço fora dos muros. Existiam também na basílica de São Paulo até a época de sua restauração. Era no púlpito que se punha o Círio pascal durante os quarenta dias que terminam a Ascensão.

Devemos notar, a propósito do Evangelho, a diferença estabelecida pela Santa Igreja na maneira de anunciá-lo. Para a Epístola, manda simplesmente dizer qual a passagem que será lida, enquanto manda preceder sempre o Evangelho do Dominus vobiscum. Na Epístola, é apenas o servidor quem fala; aqui, ao contrário, é a palavra do Mestre que se ouve, sendo útil chamar a atenção dos fiéis.

A resposta Laus tibi, Christe, só é dita no fim do Evangelho lido pelo padre, porque antigamente, o celebrante, não lendo nada do que era cantado, escutava simplesmente o Evangelho.

Nas missas dos defuntos, o diácono não pede a benção do padre antes do Evangelho. Como esta é uma cerimônia em honra dos defuntos, ele abstém-se, em sinal de luto e de tristeza. Não se levam também as tochas ao púlpito, e o padre não beija o livro na volta do diácono, assim como o diácono não beija a mão do padre depois de ter pegado o livro no altar."

***


Certa vez Silas Malafaia disse que elogiaria um padre que andasse com a Bíblia na mão (como geralmente ele faz), como se o fato de andar com ela na mão significasse necesseriamente amor pela mesma.

Ora, engraçado é que o culto que Silas Malafaia faz (não incluo aqui todos os cultos protestantes), incluindo várias pregações sua, são desrespeitosas com o Evangelho.

Desde o inicio a Missa é toda Teocêntrica, e em várias partes é demonstrado o valor único dos Evangelhos.

Além disso as principais doutrinas Católicas (se não todas) são expressas na Liturgia da Missa.

Após a Epístola será recitado o Credo.

Essa parte é grande, mas vou preferir digitar para não correr o risco de deixar de dizer algo importante (Essa do Evangelho também foi copiado de forma integral).

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