sexta-feira, 24 de julho de 2015

SEDE CASTOS!

Texto retirado de uma das publicações da "Raio de Sol", uma folha de propaganda católica da década de 30. É interessante notar como as coisas eram naquela época e como pioraram, mas como os remédios são os mesmos. Espero que seja útil tanto para quem quer começar a luta, quanto para quem quer lutar e, além disso, para quem ainda não caiu na real.



Sede castos, porque se o não fordes, sereis desgraçados. É numero o tropel dos vícios, mas a desonestidade é o pior de todos eles. Todos os pecados são impuros, mas a desonestidade é a própria impureza. Todos os vícios estragam alguma parte do espírito ou do corpo; a desonestidade porém estraga todo o homem, todas as suas potências e todos os seus sentidos. Todos os vícios levam à condenação eterna, mas a desonestidade é de todos os vícios o que maior número de almas arrasta para o inferno. Todos os pecados acarretam desgraças; mais e maiores desgraças porém causa aquele que muitas vezes é castigo de todos eles. É tão abominável este pecado, que São Paulo desejava que nem se lhe soubesse o nome, se fosse possível; e é este o motivo por quê na cristandade se fala dele com tamanho resguardo.

À desonestidade deram-se os mais hediondos nomes, e esses nomes com que se designa, bem como os diversos vícios que compreende, não se podem proferir na presença de pessoas que se respeitam. A linguagem impudica só a conhecem os homens infames, de má nota, os patifes, os impudentes, os desavergonhados e libertinos.

Este vício faz pecar em todo tempo. O infeliz que se deixa dominar e escravizar por ele está pecando em todas as ocasiões; o que vai lendo, o que vê, o que ouve, tudo o encaminha a satisfazer as suas próprias paixões. No estudo, no jogo, no passeio, nos divertimentos, à mesa, nas horas em que está acordado durante a noite, no meio dos seus trabalhos durante o dia, na solidão, na sociedade, até na igreja, ao pé dos altares, está o homem desonesto, pelo menos a pensar no seu pecado. Que horror!

Este vício arrasta a todos os vícios. Para pecar com mais facilidade e desembaraço precisa de dinheiro, e este também acaba por se esgotar. Portanto, depois de esbanjar o que é seu, o escravo da desonestidade há de por todos os meios cavar outro, e então recorre à fraude, à rapina, ao roubo, à injustiça, e às vezes até... ao assassínio! A insolência e o orgulho são filhos legítimos da desonestidade: o jovem perde a sua sinceridade, a virgem despoja-se do seu candor e da modéstia: falta de vergonha, imodéstia, despejo e impudência são sinônimos de impureza. Entre todas as heresias, livres pensamentos e ateísmo, haverá um que não tenha nascido no charco da desonestidade. As confissões e comunhões sacrílegas devem-se, na maior parte, à desonestidade.

Este vício torna o homem infiel a todos. Os desonestos atraiçoam os amigos, as amigas, o marido, a mulher, os noivos, as noivas, o pai, o protetor de toda a vida... Amizade, honra, juramentos, religião, família... a tudo espezinha, rompe, desmantela e quebra a desonestidade. A maior parte das tragédias, das traições, dos escândalos e das infamantes vergonhas têm a sua origem neste vício nefando. O curso da impureza vai traçado por rios de sangue e de lama.

Para se entregar a ela, o desonesto usa e abusa de todos os meios, até dos mais iníquos e repugnantes. Que linguagem que gíria de bordel, que expressões equivocas, que indiretas, que gracejos, que orgias e que dissolução de costumes! Que canções e músicas! Que bailes e danças! Que versos e novelas! Que quadros e pinturas! Que vestidos, que gestos e trejeitos! Que reuniões e diversões! Que teatros e espetáculos! Quantas indústrias, tramoias, ardis e abomináveis segredos! Que dias e que noites! Ó vício nefando este, de que nem se pode falar! E que naturalmente degrada o homem, o avilta e arruína; que o corrompe, corrói e devora até a medula dos ossos...

Faz perder ao desonesto a ideia da sua dignidade, a ideia de quão repugnante é o seu pecado e, sobretudo, o conhecimento do seu Deus. Esse desgraçado escarnece descaradamente do que há mais respeitável, a honra, da justiça, da religião, da lei, da autoridade, da amizade, da continência, da virtude, dos Santos e do mesmo Deus! É o homem mais inconsiderado, atrevido e desrespeitador que há no mundo, capaz dos maiores excessos, capaz de postergar e sacrificar tudo à sua paixão desenfreada.

Faz perder o sossego da consciência, porque não há vício nem pecado que provoque mais negros remorsos que a impureza, nem aversão e enjoo mais repugnante e vergonhoso a toda a vida.

Faz perder a liberdade, porque o homem impuro é escravo dos prazeres sensuais e nem sabe como se há de libertar dos seus grilhões. Fortemente peado pelos numerosos laços que o prendem aos seres mais vis e abjetos do mundo, enreda-se e se emaranha em mil compromissos espantosos e baixezas incríveis.

Faz perder a fé, pois a mente desse infeliz se embota e é incapaz de penetrar as verdades espirituais.

Faz perder a esperança, porque é vício que se agarra à sua vítima, que arrasta e não larga o desonesto, nem deixa desvencilhar-se, porque de dia para dia lhe cresce o frenesi. A maioria desses impudicos não apetecem o céu.

Faz perder principalmente a caridade, o amor de Deus e do próximo. Neste mundo sublunar não há egoístas que se possam comparar às pessoas desonestas, que são as mais estupidamente egoístas.

Faz perder a honra, pois este vício, de um modo ou de outro, há de furar até chegar às vistas do público e enxovalhar a honra de quem, em má hora, se deixou subjugar por ele.

Faz perder a fortuna, porque a satisfação prolongada dos prazeres sensuais é um sorvedouro, em que se abismam rios de dinheiro, e de ordinário a desonestidade leva à ruína e à pobreza.

Faz perder a saúde, visto como este vício enerva a natureza, esgota as energias e engendra enfermidades vergonhosas, repugnantes e incuráveis. Se fossemos reunir todos aqueles que morreram devorados pelas doenças da impureza, formaríamos um monte que topetaria na lua.

A desonestidade é o mais seguro caminho da condenação, pois é o mais pegajoso dos vícios e o mais difícil de largar; muitas vezes até arrasta ao suicídio.

Jovens, que sôfrega e incautamente correis atrás dos prazeres desonestos, prestai-me ouvidos e crede-me: se quiserdes teimar em seguir esse caminho escabroso, haveis de chorar muitas lágrimas e padecer horrivelmente. Não vos metais por aí. Suspendei os passos enquanto é tempo. Sede castos! Sede castos! E não me venhas retrucar que é impossível.

É muito possível, pelo contrário, e eu vos prometo a vitória, se vos empenhardes com ânimo e perseverança em pôr em prática os quatro meios infalíveis que vos quero apontar.

Primeiro meio: escolhei um bom confessor e abri-lhe frequentemente a vossa consciência e o vosso coração, manifestando-lhe, como a médico e pai que ele é, todas as vossas fraquezas.

Segundo meio: comungai frequentemente, ao menos cada semana e ainda mais amiúde, todos os dias até, caso vos seja isto possível. Consultai a este respeito o vosso confessor.

Terceiro meio: uma terna e filial devoção à Virgem Santíssima protetora da castidade.

Quarto meio: orar e pedir continuamente a castidade a Deus e à Virgem Imaculada. Sem a graça divina, ninguém se engrandeça de guardar a castidade: mas esta graça se há de alcançar pela oração.

Condição necessária, sem a qual baldarão todos estes meios, é viverdes afastados das ocasiões de pecar e dos espetáculos perigosos. As diversões, os teatros, os malditos cinemas, e revistas, as estampas e pinturas, os contos, novelas e romances obscenos, certas palestras, os bailes, as amizades e, para abreviar, todos os incentivos da sensualidade de que está cheio o mundo, são outros tantos perniciosos veículos, que vão difundindo por todas as partes os imundos gérmens da lepra e o cancro da desonestidade.

É tão preciosa a castidade, que bem merece algum sacrifício da vossa parte e, por amor deste tesouro, não será muito que vos resolvais a cortar de vez e resolutamente uns tantos passatempos, certas diversões e leituras que conheceis muito bem e só vos podem causar dano.




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